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sábado, 30 de abril de 2016

És a diferença

Tu, alma perdida da minha alma, me surpreende a cada dia.

Bem e mal, adoro descobrir coisas a teu respeito.

E tu, alma querida, me encantas cada vez mais.

Tu trouxeste de volta a minha poesia,

Trouxeste de volta o não saber o que fazer,

O pensar, o não querer e o se encantar.

Tu não és mais uma e nunca será.

Tu fazes a diferença, do teu jeito, certo ou errado.

Manoela Brum

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Voe, Eva.

Não queria ter estes sentimentos por ti. Quando começaram eram bruma da manhã, aconchegantes como calor de mãe. Mas o monstro não os deixou sozinho. Apareceu para mostrar que nem tudo são rosas, e que se forem, terão espinhos.
Não queria ter estes sentimentos por ti. Não os tenho por ninguém. Sei dar asas às aves que me cercam. Mas por que não sei dá-las a ti? Eu não entendo meu próprio sentimento. A alguns eu dou porque sei que não irão voar para muito longe, ao menos não sem lembrar o caminho de volta. A outros porque acho que se quiserem voar para longe é porque desde sempre estiveram aqui só de passagem, migrando de lá para acolá. Mas você... Eu não poderia perder. E não sei te deixar voar porque não sei se saberás (quererás) ver o caminho de volta.
Há coisas que eu preciso. Preciso tocar tua mão, preciso tocar teu rosto. Preciso ser o motivo dos teus sorrisos e o consolo dos teus choros. Preciso saber que sou para ti tanto quando és para mim. Ou então, preciso te deixar partir. Para sempre, para onde meus olhos jamais te visarão e meus ouvidos não mais ouvirão falar de ti.
O problema é que nenhum dos dois caminhos consigo seguir. Às vezes te olho e vejo que não precisas de mim. Quando, portanto, vou partir, algo me diz firme, que para lugar algum devo ir. Não agora. Não mais agora.
Talvez a saída seja voltar-me ao meu mundo e ter-te apenas nele. Assim poderei continuar aqui, tentando prosseguir sem atingir a mim ou a ti. Guardando meu “isso” para que jamais seja maculado. Naquele meu eterno, maleável e mutável baú feito de nuvens.

Manoela Brum

terça-feira, 12 de abril de 2016

It lies here

Tenho mil caminhos a seguir.

Preciso de algo que faça dormir.

Já não há mais o que resolva.

Palavras não mais existem para mascarar.

Músicas não mais existem para embriagar.

Preciso falar. O silêncio diz não.

Preciso olhar. O silêncio diz não.

E as poesias mais profundas, todas falam de ti.

Mesmo as que, não fui eu que escrevi.

Chego a querer parar de sentir.

Talvez eu devesse, apenas, dormir.

Manoela Brum

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Perfeição

Sei tanto sobre que, vejo que nada sei à respeito. 
É tão perto e tão tangível, mas quando olho ao lado vejo que é outro mundo. 
Mundo vizinho, que está a milhas de distância. 
Que está, literalmente, anos à frente. 
Seria regredir entrar no passado? 
Seria a redenção, o resgate da felicidade perdida?
Talvez será. 
Ou talvez perceberemos, eu e tu, que realmente não tens tempo para quem realmente se importa.

Manoela Brum