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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Não tenho medo do escuro

"Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que minha transformação chegue." 
JOB,14:10,14.
Não tenho medo do escuro.
Eu quero o escuro.
Quero o escuro da morte das noites sem sonho.
Quero o sonho preto no ato de abrir os olhos.
Quero a confusão do acordar de vereda.
A vida sem lembranças com lembranças não vividas.
Quero o preto, o preto, o escuro.
O branco escuro  na mente.
O nada. O escuro. Eu não tenho medo do escuro.
Quero o escuro, ele relaxa minha mente.
Me faz poder pensar.
Me faz poder viver novamente.

Manoela Brum 

sábado, 1 de setembro de 2012

Juventude

          Há tempos tenho tido vontade de falar sobre a juventude, este que parece ser o mais belo período da vida. Desacreditado pelos adultos, cobiçado pelas crianças e, muitas vezes, admirados pelos velhos.  Mas cadê a inspiração? Ela vem apenas em alguns momentos e sobre suas específicas situações. Talvez o jeito fosse escrever então a cada momento  desses. Mas não, não gosto de coisas particionadas. Assim como a sabedoria, a opinião também só pode ser formada depois de muitas experiências, e um texto, edificado como resultado do pensar sobre essas experiências.
          Assim como uma opinião está em constante edificação, através dos tempos e experiências vividas, o texto também pode estar em constante modificação, justamente por ser resultado de uma opinião. Como não sermos uma metamorfose ambulante se sempre temos o que aprender e o próprio aprender muda constantemente? Isso é a juventude. Juventude não é um rostinho liso. Juventude é uma filosofia  de vida. Juventude é o constante variável. Juventude é o colocar a mão, levar um choque e colocar a mão de novo para ver se acontece de novo, e de novo, e de novo, e de novo. Velhice é não colocar mais a mão para não levar mais o choque. Juventude é fazer. Se errar, fazer de novo, agora, com conhecimento e racionalidade. Não fazer mais é velhice. No cotidiano, juventude é estudar, é o prazer em aprender. Esse é o verdadeiro jovem. Quem está ansioso para se formar com o intuito de não mais precisar aprender não é jovem, é velho. Juventude é não se contentar. Isso! Não se contentar com o mundo e se pôr então, em movimento, é juventude. Não se contentar com o mundo e se por então, em repouso ou oratória apenas, é velhice. Assim, a juventude não  está em todos os jovens, como a velhice não está em todos os velhos. A juventude é muito mais um fator interno, do que externo. Entretanto, o interior sempre se exterioriza. Se você quer continuar sendo jovem não deixe de querer aprender. Quando já tiver tudo o que quer, busque algo novo a querer. Sinta a satisfação de se sentir insatisfeito. E como Einstein falou: “A vida é como andar de bicicleta, para se estar em equilíbrio, é preciso estar em movimento”, no momento em que a inércia chegar, a juventude se foi.
Manoela Brum