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domingo, 26 de agosto de 2012

Tem uma poesia querendo escapar de mim...


 
Tem uma poesia querendo escapar de mim
Não sei seu gosto, nem sabor,
Nem cheiro, nem frescor.
Posso apenas senti-la em mim,
Com todo ou sem todo o seu ardor.
 

Parece-me que tem algo a ver
Com as doces paisagens de Edimburgo,
Com sua atmosfera antiga e mágica,
Ou com seu castelo escuro.


A poesia que quer escapar de mim

Pode ser que esteja entre meus delírios,
Mas não sei como explica-la ou mostra-la.
Nem mesmo, eu consigo pega-la,
Para impedir que me roube a vida

Para se tornar viva.
 

Eu a sinto quando sinto a água na pele,
A água que cai quente e arranca arrepios.
A poesia que quer escapar de mim,
Sinto-a no vento que bate em meu rosto.
 
A poesia que quer escapar de mim está presa.

Talvez ela tenha medo da chuva,
Mas quando eu, por mim, vejo a chuva,
Sinto a poesia escapando de mim.
 
Ela foge a todo momento,
Mas a cada novo momento,

Sinto, e ela está em mim.
E mesmo depois de uma decepção,

Eu vejo um pássaro ao olhar pro nada,
e vejo a poesia saindo de mim.

Ela encontra seu berço no pássaro que vi
E com ele sai voando pelos céus.

Digo que ainda não entendi o que ela quer,
Porque logo depois, ela está envolta em mim.
 
Manoela Brum

Um comentário:

  1. Se é pelos olhos que o coração sua, é por mãos a tecer versos que, suave, ele flutua.

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